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Alan Wake-Análise

Por Gabriel Fallow em
Quando a Remedy Entertainment anunciou Alan Wake  na E3 de 2005, em Los Angeles, foi um impacto mundial. O choque foi tão grande, que em pouco tempo se criou um hype muito grande em cima do jogo, já que era um exclusivo de peso para o console da Microsoft. Críticos pelo mundo inteiro elogiavam o jogo, e apostavam muito nele, já que Alan Wake apresentava um enredo penetrante e ainda trazia muita ação para o mundo gamer.
O tempo passou, e a medida que ele foi ficando mais longo começaram a desconfiança por trás do jogo, já que os adiamentos começaram a ficar constantes. O tempo avançou, e longos cincos anos de desenvolvimento chegou ao fim. Alan Wake, um dos exclusivos para o Xbox 360 mais esperados do ano – e de toda história do console – chegou. Com todo hype envolvendo o jogo, só podemos esperar uma coisa da Remedy, um ótimo game. Será que eles conseguiram? Confira o que nós do Rock Games achamos do jogo.
Ficha Técnica Produtora: Remedy Entertainment

Distribuidora: Microsoft
Gênero: Ação/Suspense
Plataforma: Xbox 360
Analista: Gustavo Rodrigues

Medo… um sentimento que nos atormenta!

Não há sentimento pior no mundo do que o medo, pois independentemente da nossa vontade, ele está entranhado em nossa vida. Tolo é aquele que diz que não tem medo de nada, somos humanos e vamos ter medo sempre. Alguns de nós temos fobias simples e que podem ser resolvidas de forma rápida. Temos medo do escuro, medo de altura, medo de lugares fechados, entre outros. E ainda existe o pior medo de todos, aquele que fica guardado dentro de nós por anos, o medo silencioso, aquele que só descobrimos que ele existe depois de passarmos por uma determinada situação – perder alguém que amamos, tirar nota ruim na escola, entre outros. Estes são os medos, que nós chamamos de receios, mas que podem se torna pesadelos, se não o dominarmos.
Em Alan Wake o medo está presente desde o começo do jogo, com uma bela frase de Stephen King: “Os pesadelos existem fora da lógica, e não há diversão nenhuma nas explicações; elas são antitéticas à poesia do medo”; até o fim do mesmo. A escuridão aqui é sua maior inimiga. Não, aqui não temos monstros, nem zumbis, tampouco vampiros. Em Alan Wake o seu verdadeiro medo, é a própria escuridão, que em busca de agarrar o seu tornozelo, desliza pelas rochas e desvia-se de árvores putrefatas. Claro, não é propriamente dito o seu tornozelo, o que a escuridão busca mesmo, é do de Alan Wake, um escritor de “Bestseller” (e que dá nome ao jogo) que subitamente se vê aprisionado dentro da sua própria mente doentia.
Se você conviveu, ou viveu, com alguém dos anos 80 vai se familiarizar com o jogo, e principalmente com seu enredo, que nos trás uma literatura pop horror característica daquela década. O clica em Alan Wake, é tão estereotipado quanto cativante e que aguarda quem resolver colocar os pés da pitoresca Bright Falls, um lugar onde o mal é quase tangível, as imaginações tomam forma, aqui é sem dúvida um dos maiores pesadelos de um ser humano… mas tem um “ótimo café”.

Um escritor e a desesperada procura pela sua amada

[audio:http://www.ivoox.com/welcome-to-bright-falls-alan-wake_md_284860_1.mp3|titles=Welcome To Bright Falls - Alan Wake]
Desde o começo percebemos que o título é um thriller de ação psicológica, e com bases em terror, se tornando um survival-horror de classe. O enredo do jogo é super elaborado, e com uma narração incrível, do tipo que nos emociona sem nenhuma esforço. O jogo é claramente inspirados em grande produções como Twin Peaks ou a mais recente série de Lost. Mas fiquem atentos, mesmo com a semelhança, Alan Wake tem um tom de originalidade, total, e nada tira o mérito do jogo. O jogo conta com seis fantásticos episódios – sim o enredo é divido em episódios, como uma série de TV –, que assim que você chegar ao fim, pedirá por mais.
Alan Wake é um famoso escritor nova-iorquino. Alan escreve seus livros desde os 14 anos, todos inspirados em Stephen King. Depois de um período escrevendo grande obras de sucesso, com livros se transformando em best-sellerse fãs por todos os lugares, Alan passa por um momento ruim em sua vida. O famoso escritor começa a ter comportamentos violentos e problemas com bebidas, além de pesadelos que assumem por completo a sua mente, o que começa a lhe prejudicar, pois ele não mancha só sua fama, seus problemas atrapalham seu casamento. Após seu último último sucesso, The Sudden Stop, uma referência clara a Max Payne(última série da Remedy), Alan fica dois anos num bloqueio criativo, sem escrever absolutamente nada, sem nenhuma inspiração, e com os problemas só se agravando.
Alice, sua esposa, resolve então lhe fazer o convite para que ambos tirassem umas férias. Alan e sua esposa precisam de um lugar tranquilo, no meio de montanhas, calma, pacata, cheia de natureza, è ai que eles encontram Bright Falls. O lugar não é nada daquilo que Alan e Alice esperava. Logo no começo, fãs o reconhecem, e uma delas nos chama a atenção, Rose. Alice e Alan vão para Cauldron Lake, onde temos uma linda casa rodeada por um lago, com vista para as montanhas, sem dúvida o lugar perfeito para se escrever um bom livro.
Até então tudo que Alan e Alice tinham planejado estava dando certo, tudo calmo, do jeito ideal. Bem até então, pois depois disso, nada mais dá certo para eles, è ai que temos a grande surpresa. Alice trouxe contigo uma uma máquina de escrever, o que Alan não gosta nem um pouco; mas por outro lado, sua inimiga adora, a Escuridão – a antagonista do jogo. Assim, Alan acorda em um pesadelo, algo tão assustador para ele, quanto para nós. Alan está cercado por pessoas e objetos capturados, além de encontrar páginas de um manuscrito supostamente escrito por ele, Wake ainda descobre que sua esposa está desaparecida. Ele precisa recuperá-la.
Qual a melhor forma para se acabar com a escuridão? Iluminando, certo?! Pois bem, aqui o mais simples e antigo combate da humanidade, luz contra trevas, prevalece e é essencial. Em Alan Wake, derrotar seus inimigos significa iluminá-los até tirar o escudo criado pela Escuridão, e aí sim atirar. De inicio você deve achar isso um sistema bobo, e repetitivo, mas não é. Sim é algo simples, mas que em momento algum do jogo se torna chato e repetitivo, devido ao excelente funcionamento do combate, misturado com a variedade de armas, que é bem grande.  Aqui a lanterna é quase mais importante que o revolver, isso se não for mais. Existem ainda outras fontes de iluminação às quais o jogador vai querer a ter o mais depressa possível, como granadas de atordoamento (flashbangs) ou pistolas de sinalização (flare guns).
Aqui a colocação de todos os itens no cenário é super bem feita, mas devemos deixar um alerta. Gastá-los de modo abundante é um erro gigantesco, e que será sentido por você no futuro, pois apesar de Alan Wake também ser um título de ação, você não é um soldado comum numa zona de guerra que, obviamente, teria recursos em excesso por todo lugar.
A jogabilidade como já deve ter dado para perceber, é simples mas muito eficiente. Na mão esquerda, Alan carrega a sua leal escudeira lanterna; na mão direita sua arma. Os controles são intuitivos, embora haja um problema com os movimentos do personagem, que é um pouco limitado. A câmera pode oferecer alguns problemas para alguns jogadores, pois nos obriga a rodá-la constantemente – mas nada que pode tirar o brilho do sistema, pois depois de alguns minutos jogando, você se acostuma e até esquece.
Em Alan Wake o combate só é necessários até um certo ponto. Não espere derrotar uma grande quantidade de inimigos, conhecidos aqui como The Takens, de uma só vez, pois você vai se decepcionar. Em vários momentos o jogo te incentiva a correr para outro local, onde é iluminado, ou seja, onde seus inimigos não entram. E detalhe, é ai que seu jogo será salvo, ou seja, você vai precisar da luz pra quase tudo. A Inteligência artificial (IA) é de fazer inveja a vários títulos do gênero, os Takens são muito inteligentes.
A luz é sua maior aliada!
Como estou sempre lembrando a luz aqui é muito importante, e obviamente, luz inclui sol, e é de dia que temos a maior exploração do jogo, onde podemos ir em todos os espaços, como restaurantes, a nossa casa e ainda podemos interagir com as pessoas. É neste momento que algumas páginas do manuscrito se tornam mais frequentes. Elas revelam algumas partes do que vai acontecer mais para frente, e também ajudam no entendimento total do enredo. Além das páginas, ainda temos vários extras, como garrafas de café, rádios e televisões espalhadas por casas e torres. Um personagem que é obrigatório sitarmos é Barry Wheeler, o agente de Wake, que é capaz de ser uma das mais carismáticas da aventura. Algo interessante aqui, é que os níveis de dificuldade estão presentes, como o modo normal ou o mais avançado, mas em situação alguma tira toda a experiência de Bright Falls. A Remedy teve como objetivo levar o jogador a viver cada momento como se fosse o último.
Em Alan Wake também existe á possibilidade de dirigir carros, onde aqui é mantido o sistema antigo de mundo aberto. A opção não é usada de modo intensivo, mas sim quando você precisar ir de uma localidade para outra sem precisar passar pelas florestas. O sistema funciona bem, mas como quase tudo no mundo, contém suas falhas. Você se verá confuso quando girar o analógico direito para um dos lados e descobrir que, nesse momento, a câmera só gira de 90 em 90 graus, e não é livre. Isso atrapalha e muito, acreditem.

Trilha Sonora super dinâmica

[audio:http://www.ivoox.com/the-beaten-side-of-town-alan-wake_md_285223_1.mp3|titles=The Beaten Side Of Town - Alan Wake]
A trilha sonora do jogo fica por conta de Petri Alanko. Quando o compositor foi anunciado como o responsável pela trilha de Alan Wake, pouco se comentou sobre isto, mas certamente já prevíamos um bom trabalho, assim como o que ele fez em Max Payne. Aqui Alanko faz um trabalho ainda melhor, com trechos orquestrados arrepiantes e assustadores. Temos uma trilha sonora super dinâmica, onde o ritmo muda de acordo com o local que você está. As melodias durante o dia contrastando com as da noite estão perfeitas.
Nos temas vemos um toque de gênio, onde a criatividade rola solta. Algo que reparei é que não temos repetições de ritmo, e isto ajuda bastante, pois o jogo não se torna enjoativo. A dublagem do jogo, é outro ponto que devemos destacar. Os atores foram brilhantes, e fizeram um trabalho excelente.

Pontos a se destacar

Separei está parte da review para citar alguns pontos importantes presentes no jogo. Para começar, temos algo que devemos destacar na dublagem, e jogabilidade, do jogo, é em partes que Alan toma sustos, ou quando vocês está correndo com ele pela ruas, ou floresta. Dá para ouvirmos, Alan ofegante, respirando fundo, e o mais interessante aqui, é que vemos o personagem agachar, como nós mesmos fazemos após uma pequena corrida. Os detalhes da dublagem é algo que devemos elogiar, mas contém alguns erros que explico logo abaixo.
Outro ponto importante, é na jogabilidade. Alan tem uma característica muito importante, ele desvia-se dos ataques de forma extremamente ágil. Além disso, os Talkens ainda são ‘monstros’ extremamente inteligentes, e para encurralar Alan criam várias armadilhas, como tempestades de escuridão, entre outros. O jogo tenta fazer com que Alan se aproxime ao máximo ao ser humano (real), onde aqui podemos correr, saltar ou “sprintar” e como em qualquer ser humano também vamos ficar cansados – como já foi dito-, isto se levarem a vida ao limite do “sprint”.
A sensação de progresso aqui é totalmente diferente dá de outros games, onde a medida que jogamos sentimos que a situação vai melhorando para o nosso lado. Aqui não, a medida que o tempo passa, a Escuridão fica ainda mais forte, a ponto de usar objetos para tacar em você. Isso deixa o jogo com uma dificuldade muito boa, e desafiadora.

Uau, que iluminação!

[audio:http://www.ivoox.com/the-poet-and-the-muse-alan-wake_md_285507_1.mp3|titles=The Poet And The Muse - Alan Wake]
Alan Wake não é um jogo onde o foco mesmo é os gráficos, mas mesmo assim os mesmo impressionam, principalmente os detalhes, e quando falamos de cenário, nossa Alan Wake é sensacional. O jogo quebra um mito criado em torno do Xbox 360 a muito tempo. Muitos diziam que o console possui problemas com iluminação, e que um jogo com definição abaixo de 720p fica horrível. Quem pensava assim, pode começar a mudar seu pensamento, pois Alan Wake prova o que muitos de nós já sabíamos, mas que ainda não tínhamos provas; o Xbox 360 é capaz de rodas jogos com uma qualidade incrível, alfo de se elogiar, e que não fica devendo em nada. A iluminação do jogo é tão bem feita, que nos transmite a emoção e a sensação de estarmos mesmo naquele local, é algo fantástico.
Os efeitos presentes aqui, transmite ao jogador a sensação necessária para que você aprecie ainda mais o jogo. Todos os efeitos são colocados  no game de forma estratégica, para criar um clima que todo fã de um bom survival-horror gosta. As neblinas, e o vento trazem um efeito impressionante e super realista. Atrevo a afirma que Bright Falls tem um dos cenários mais lindos desta geração, além de super sombrios, chega a dá medo – e afinal, é isso que os desenvolvedores querem, pois bem eles conseguiram.
Os gráficos dos personagens são impressionantes, como quase todos do jogo. Aqui Alan Wake surpreende e muito, pois todos os personagens são incrivelmente humanos, suas semelhanças são incríveis, é algo de se admirar. Se você acha que Mass Effect tem gráficos bons neste quesito, jogue Alan Wake e verá que aqui a coisa é ainda mais real, tão real ao ponto de você se sentir como o personagem, e assim sofrer junto com ele. Cada detalhe que temos numa face humana foi lembrada pelos desenvolvedores, é algo de se apreciar sem por defeito.
Mas como nada é perfeito, Alan Wake também apresenta problemas, e o mais grave aqui que eu pude encontrar, foi a sincronia labial, que é estremante horrível, e que me lembrou minha época do Playstation 2. Muitas vezes, a sincronia parece tão robótica que até tira um pouco do brilho dos detalhes da face dos personagens. Além disso, Alan não se dá muito bem quando deseja subir em algum objeto, em muitos casos você o verá tremendo durante a subida.

Conclusão

O final de Alan Wake, como era de se esperar, deixa claro que novos episódios devem ser lançados. Talvez em forma de DLC, para download via Xbox Live, ou com uma continuação, o que acho mais provável. Alan Wake é o jogo perfeito para um verdadeiro fã do gênero Survival-Horror. A muito tempo estava buscando um game assim, que me transmitisse está emoção, e está sensação de realismo e adrenalina. Este brilhante jogo da Remedy conseguiu me cativar de forma incrível, e ao seu final, só quero uma coisa: MAIS. Sim eu quero é mais de Alan Wake. O jogo apresenta um enredo original e brilhante; uma trilha sonora sensacional, e que arranca suspiro de muitos; uma qualidade gráfica, que mesmo com alguns problemas, no geral chega a ser magnifica. Aqui tudo funciona de forma perfeita, e tudo com uma sincronia invejável (exceto a lábil). No fim posso lhe garantir, que este é o tipo de jogo que você vai adorar (se gosta do estilo, claro, ou mesmo se não curte). Alan Wake é o que a indústria estava precisando, é o que estávamos buscando a muito tempo. Alan Wake é uma novo, e sensacional, franquia.

Mais e Menos

+ Trilha sonora perfeita.
+ Enredo complexo e sensacional.
+ Sistema divido em episódios é cativante.
+ Iluminação incrível.
- Animações faciais.

Notas

Jogabilidade: 9/10

Gráficos: 9,5/10

Som: 10/10

Diversão: 9/10

 

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